Estudo teatral sobre a vida de Leopoldina tem sessões no Museu do Ipiranga e comemora os 200 anos de sua chegada ao Brasil
06/11/2017 20:03 em Arte

Programação do Sesc Ipiranga joga luz sobre a importância da primeira Imperatriz do Brasil e sua atuação no processo de Independência

leopoldina -  créditos  Matheus  José  Maria

Fabiana Gugli como Leopoldina - créditos Matheus José Maria

 

No mês de novembro, em que se comemora o bicentenário da chegada de Leopoldinano Brasil, então arquiduquesa da Áustria, estreia no dia 8 o espetáculo "Leopoldina, Independência e Morte [estudo#2]", recorte histórico sobre a primeira mulher a governar o país e seu importante envolvimento no episódio da independência.

O espetáculo é uma parceria do Sesc Ipiranga com o Museu Paulista da USP, com sessões gratuitas no saguão do edifício monumento. A retirada dos ingressos acontece com uma hora de antecedência na bilheteria do Sesc e o público será acomodado nas escadarias do Museu.

O espetáculo

A obra, escrita por Marcos Damigo, é composta por fragmentos que recriam três momentos da vida da Imperatriz Leopoldina, dos quais dois serão apresentados ao público. O primeiro se passa em 1818, quando Leopoldina desembarca no Brasil e relata suas primeiras impressões do país, num misto de fascínio e medo. O segundo fragmento, que já foi apresentado no dia 07 de setembro dentro das atividades do "Museu do Ipiranga em Festa", é a recriação poética do seu delírio final, onde ela mistura futuro e passado com o olhar para questões que perduram até hoje em nossa sociedade. Por meio destes fragmentos, é possível compreender a profunda transformação pela qual passou esta figura tão importante e tão desconhecida da nossa história. Estes dois estudos são apresentados no saguão do Museu do Ipiranga, onde o público pode contemplar, a partir do espaço de cena, a cripta onde se encontram os restos mortais da Imperatriz. Leopoldina viveu no Brasil entre 1817 e 1826 e morreu aos 29 anos: da princesa austríaca criada na corte mais sofisticada da época, ela se torna a estadista que abdica de suas vontades pessoais em prol de um projeto político para o Brasil.

Elenco

Na forma de um monólogo, a atriz é acompanhada ao vivo pela musicista Ana Eliza Colomar, integrante do grupo Mawaca, na flauta transversal e no violoncelo. A equipe de criação ainda é composta por artistas de relevância no cenário artístico brasileiro: Marcos Damigo, idealizador do projeto que assina a dramaturgia e a direção, cultiva o interesse pelo resgate da história brasileira desde o início de sua carreira, quando ganhou o prêmio Nascente USP/Editora Abril pela autoria de "Cabra", peça dirigida por Georgette Fadel sobre a Guerra de Canudos. Fabiana Gugli, que interpreta Leopoldina, integrou a Cia. Ópera Seca, dirigida por Gerald Thomas, com quem atuou em quinze espetáculos, apresentados no Brasil e no exterior.

A Imperatriz

A arquiduquesa austríaca, na época com 19 anos de idade, chegou ao Brasil em 1817 para se casar com Dom Pedro, e abraçou a nova pátria inclusive no nome, passando a se chamar "D. Maria Leopoldina".

Bem-quista pelo povo, foi de fundamental importância no processo de independência do Brasil, tendo presidido a reunião que definiria os rumos do país prestes a nascer. Muito maior que o papel coadjuvante que foi relegado a ela posteriormente – de esposa traída e mãe zelosa – a imperatriz foi uma valorosa estrategista e diplomata do império; falava mais línguas e era mais culta que o marido. Dom Pedro a incumbia de comandar a nação na sua ausência, e justamente em uma dessas ocasiões que, aos 29 anos e fragilizada após um segundo aborto, Maria Leopoldina morre deixando entre os filhos o futuro imperador do Brasil, Dom Pedro II.

Serviço

Leopoldina, Independência e Morte [estudo#2]

Estudo teatral baseado na vida da Imperatriz Leopoldina, que chegou ao Brasil há duzentos anos. A obra faz um resgate de sua importância histórica, ignorada pela maioria dos brasileiros, ao mesmo tempo em que levanta questões acerca da posição e do papel da mulher na sociedade.

Quando: de 8/11 a 3/10

Quarta 8/11 às 18h e 15/11(feriado) às 15h, sábados e domingos às

Local: Museu do Ipiranga, o público será acomodado nas escadarias do saguão principal, não serão disponibilizadas cadeiras.

Preço: Grátis – retirada de ingresso com uma hora de antecedência na bilheteria do Sesc Ipiranga.

Sesc Ipiranga – Rua Bom Pastor, 822

COMENTÁRIOS
Comentário enviado com sucesso!