Confira a lista de autores já confirmados para a Flip 2016
20/04/2016 18:05 em Literatura

14ª edição da Festa Literária de Paraty acontece de 29 de junho a 3 de julho

 

Poesia e ficção brasileira, história, jornalismo, literatura do luto e humor são alguns dos temas que atravessam a 14ª edição da Flip, que acontece de 29 de junho a 3 de julho. Neste ano, a Festa Literária Internacional de Paraty homenageia a poeta carioca Ana Cristina Cesar (1952-83), expoente da poesia marginal, geração que se formou nos anos 70, sob o peso da ditadura militar e à margem do mercado editorial.

 

Ana C., como era conhecida, será o tema da sessão de abertura, com um de seus amigos fundamentais e curador de sua obra: Armando Freitas Filho. O poeta carioca estará ao lado do cineasta Walter Carvalho, autor do documentário "Manter a linha da cordilheira sem o desmaio da planície", um mergulho na poética de Armando. O filme tem como ápice a leitura, por Flávio Lenz Cesar, irmão da homenageada da Flip, da carta de despedida que Ana Cristina escreveu para Armando pouco antes de cometer suicídio.

O poeta carioca Ramon Nunes Mello, autor do recém-lançado Há um mar no fundo de cada sonho (Verso Brasil), está entre os poetas confirmados na Flip de Ana Cristina Cesar. Herdeiro confesso da Poesia Marginal desde o seu primeiro livro, Vinis mofados, neste que é seu terceiro volume de poemas Ramon tematiza o xamanismo, as relações com a natureza e com o sobrenatural, além da sua condição de portador do vírus HIV.

Outra autora confirmada na programação, Tati Bernardi põe à prova o seu talento de cronista e roteirista de comédias de sucesso para articular uma autoirônica narrativa confessional, Depois a louca sou eu (Companhia das Letras, 2016), verdadeiro prontuário de fobias e ansiedades.

O jornalismo está entre os pilares da programação da Flip e neste ano sua presença deverá ir além dos limites da Tenda dos Autores para ganhar as ruas de Paraty. Há uma década o jornalista Caco Barcellos nos ensina em seu programa na TV Globo a olhar de uma outra maneira para as cidades brasileiras. Caco também é um grande formador de novos repórteres, orientando-os a voltar às origens do ofício e manter o olho vivo para reportar aqueles fatos significativos que muitas vezes passam despercebidos sob a overdose de informação dos dias atuais. Ele e sua equipe terão uma dupla participação na Flip 2016: na Programação Principal, para falar da narrativa telejornalística, e na FlipZona, a cobertura da Flip que é feita pelos jovens de Paraty.

Entre os destaques internacionais a Flip tem a honra de receber a ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura em 2015, a bielorrussa Svetlana Aleksiévitch. A autora se vale de seus ouvidos de repórter e da tradição literária russa, em especial a sua peculiar capacidade de observação de tipos populares, para compor em seus livros um painel de dimensões épicas sobre as décadas finais da União Soviética. Da explosão de uma usina nuclear em 1986, foco de Vozes de Tchérnobil, à participação de mulheres no Exército Vermelho durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), tema da obra A guerra não tem rosto de mulher, Svetlana deu relevo literário à narrativa jornalística.

Nascido em Haarlem, na Holanda, em 1956, Arthur Japin é conhecido em seu país pelos mergulhos literários na mente de personalidades de diferentes tempos e contextos históricos. Foi assim em The Two Hearts of Kwasi Boachi (1997), que romanceia a vida de um príncipe da Costa do Ouro africana que é levado à força para a Europa; ou em Os olhos de Lúcia (Companhia das Letras, 2007), narrado por uma namorada de Casanova que o abandonou. Japin vem à Flip para lançar O homem com asas (Planeta), que recompõe a personalidade de Alberto Santos-Dumont a partir de um episódio quase esquecido em seu próprio país: o roubo de seu coração pelo médico-legista encarregado de embalsamá-lo.

 

Seis anos depois de sua primeira participação na Flip, o escritor americano Benjamin Moser volta a Paraty para fazer um balanço de seu impressionante trabalho de divulgação mundial da obra de Clarice Lispector e para lançar um livro inédito que tem o Brasil como tema principal. Os ensaios de Autoimperialismo (Planeta) refletem sobre o presente e a história do país a partir de questões da arquitetura brasileira. Moser também lançará em Paraty a edição brasileira, pela Rocco, de Todos os contos de Clarice Lispector, destaque do mercado editorial internacional em 2015.

 

Uma das grandes revelações literárias da atualidade, a escritora britânica Helen Macdonald, vai a Paraty para lançar F de falcão (Intrínseca), o admirável registro de seu aprendizado da arte da falcoaria, que a ajudou na superação do luto pela perda do pai. O livro foi publicado em dezenas de idiomas e recebeu os prêmios Costa (livro do ano) e Samuel Johnson.

Flip 2016

Com curadoria de Paulo Werneck, a 14ª edição da Flip homenageia a poeta Ana Cristina Cesar (1952-83), expoente da geração da Poesia Marginal, que nos anos 1970 se firmou distribuindo edições caseiras no Rio de Janeiro, ao largo do mercado editorial e sob o peso da ditadura militar, fundando uma vertente marcante na poesia brasileira contemporânea.

 

Quem faz a Flip

A Casa Azul é uma organização da sociedade civil de interesse público que desenvolve projetos nas áreas de arquitetura, urbanismo, educação e cultura. Desde as primeiras ações, há mais de vinte anos, vem desenvolvendo uma metodologia de leitura territorial capaz de potencializar importantes transformações no território. Em Paraty, onde a associação se originou, esse processo levou à realização de ações de permanência, com projetos como a Flip, a Biblioteca Casa Azul e o Museu do Território de Paraty, entre outros.


Patrocínio

A programação da Flip é realizada por meio da lei de incentivo à cultura do Ministério da Cultura do Governo Federal, e conta com patrocínio do Itaú, do BNDES e de outras empresas e organizações em vias de captação.

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