Sul do Brasil é a região com a maior predominância. Estimativa do INCA para 2016demonstra taxa estimada de 6,96 casos novos em homens e 6,50 em mulheres para 100 mil indivíduos na Região Sul
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima para 2016, 181 mil novos casos de câncer de pele no Brasil. O melanoma é o tipo mais raro, porém o mais agressivo da doença, podendo se espalhar pelos nódulos linfáticos e órgãos distantes. Se por um lado representa apenas 5% dos casos de câncer de pele, é o responsável pela quase totalidade das mortes desse tipo de neoplasia.
Para compreender o melanoma, é importante primeiro entender a anatomia da pele, maior órgão do corpo. A camada externa da pele, chamada epiderme, contém células que produzem a melanina, os melanócitos, responsáveis pela pigmentação da pele. Elevada exposição a raios ultravioleta (naturais ou artificiais), pele clara, com muitas manchas, múltiplas alterações genéticas e histórico familiar são associados com a transformação dos melanócitos em células do melanoma.
Se detectado no início é curável e pode ser retirado por cirurgia. No entanto, em sua fase inicial, se assemelha com uma mancha normal, dificultando a suspeita pelo próprio paciente. Não raro, a doença só é descoberta em fase avançada, quando já comprometeu outros órgãos, como cérebro, pulmões, ossos ou fígado.
Entre as alterações genéticas associadas com o desenvolvimento e evolução do melanoma, o condutor mais predominante refere-se ao gene BRAF, encontrado em mais de 50% dos tumores – destes, aproximadamente 85% portam uma mutação V600E ou V600K. Mutações BRAF levam a uma ativação anormal na via MAPK, que é encarregada de controlar a proliferação das células. Como resultado, há um aumento na multiplicação das células tumorais e na resistência à quimioterapia.
Medicamentos têm sido desenvolvidos com foco na atuação desta via celular específica de BRAF. Usando uma pequena amostra de tecido, um teste genético pode detectar mutações BRAF e dar aos médicos mais informações sobre o tumor. O tratamento, nesse caso, visa inibir a mutação da via MAPK, prejudicando, assim, a reprodução descontrolada das células doentes.
Pacientes com melanoma metastático com mutação no gene BRAF, que respondem positivamente ao tratamento, ainda se deparam com a possibilidade de a doença progredir por outra via: a MEK. Por esta razão, é importante saber quais tratamentos podem ser administrados em conjunto, já que a associação de medicamentos pode aumentar a eficiência da terapia e elevar a sobrevida global dos pacientes.
· Melanoma metastático é um tipo de câncer agressivo e que ameaça a vida, sendo sua taxa de sobrevida em longo prazo menor para pacientes com doença avançada;
· Cerca de 40% dos pacientes com melanoma avançado desenvolvem metástase no cérebro;
· Segundo estudo da Universidade de Nova Iorque é provável que o risco de desenvolvimento de melanoma tenha aumentado em 30 vezes ao longo dos últimos 80 anos (sendo o risco de 1 a cada 1500 indivíduos em 1935 para 1 a cada 50 indivíduos em 2015);
· O principal fator associado ao crescimento da incidência de melanoma é o aumento de exposição ao sol, sendo responsável por até 65% dos casos. Queimaduras solares, exposição a substâncias químicas, como arsênio e solventes, e o volume de exposição solar durante a infância também podem ter implicação na causa da doença.
(1) Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Estimativa 2010: incidência
de câncer no Brasil / Instituto Nacional de Câncer. – Rio de Janeiro: INCA, 2009.
PREVALÊNCIA DO MELANOMA (Estimativa para 2016):
Brasil: 3.000 homens (3,03 casos novos a cada 100 mil homens) e 2.670 mulheres (2,59 casos novos a cada 100 mil mulheres);
Região Sudeste: 2,83 casos novos a cada 100 mil homens e 2,53 casos novos a cada 100 mil mulheres;