Coronavírus: consumo de livros aumenta à medida que os leitores buscam escapismo e educação
06/07/2020 11:16 em Literatura
Por Eduardo Villela

A pandemia do COVID-19 influenciou todos os aspectos da vida dos consumidores, incluindo a maneira como eles leem livros. Na ausência de livros físicos, como as lojas estão fechadas por alguns meses, muitos leitores ao redor do mundo estão aderindo aos eBooks. Só na Espanha as vendas de eBooks desde o início do isolamento por causa do coronavírus cresceram em média 50%, de acordo com um dos maiores distribuidores de livros do setor, o Libranda.

Essa situação incomum do confinamento em casa levou muitas editoras a oferecerem alguns downloads gratuitos de eBooks. No Brasil, a USP (Universidade de São paulo), a livraria virtual Amazon e a editora UNESP (Universidade Estadual Paulista), disponibilizaram obras digitais a custo zero.

Ebooks e audiolivros digitais estão vendendo melhor do que o normal, juntamente com os livros impressos que a Amazon e outras livrarias e lojas conseguem entregar. Li recentemente que na plataforma online Estante Virtual, as vendas pela internet aumentaram 50% em abril, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Isso é fantástico, já que o setor editorial vem acumulando resultados negativos há alguns anos por conta da crise das livrarias Saraiva e Cultura.

Passado alguns meses de isolamento social, muitas pessoas já estão se acostumando melhor com esse novo cenário e rotina, e por isso leitores estão voltando aos seus hábitos de leitura. Há também quem aproveite o momento para se reconectar com os livros, e outros que buscam uma forma de distração e aconchego. Com as escolas temporariamente fechadas, estudantes também estão recorrendo aos livros técnicos e de literatura para estudar e muitos pais estão educando os filhos de casa.

Outro dado interessante: No Reino Unido, as vendas de títulos educacionais para crianças subiram 234% na última semana de março, o terceiro nível mais alto já registrado, de acordo com um relatório da BBC. Da mesma forma, nos EUA, houve um aumento de 66% nas vendas de livros de não ficção para crianças, de acordo com o NPD Group.

Seja por meio de telas ou encomendas, seja qual for a motivação, o hábito de ler é uma das melhores qualidades que uma pessoa pode ter. A leitura beneficia a saúde física e mental e esses benefícios podem durar a vida toda, por tanto, que esse costume permaneça também no mundo pós-pandemia.

Sobre Eduardo Villela - Graduou-se em Relações Internacionais e cursou mestrado em administração, ambos na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica). Trabalha com escrita e publicação de livros desde 2004, já lançou mais de 600 livros de variados temas, entre eles comportamento, gestão, negócios, universitários, técnicos, ciências humanas, interesse geral, biografias e ficção infanto-juvenil e adulta. Trabalhou como editor de aquisições de livros universitários e de negócios na Editora Saraiva, editor de livros de negócios na editora Campus-Elsevier, gerente editorial de todas as linhas de publicações na Editora Gente e copublisher e diretor comercial na Editora Évora. Mais informações emhttp:// www.eduvillela.com
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