Porque por décadas a região é formadora de grandes nomes das Artes Visuais?

Quando pensamos em artes visuais no Brasil é comum se limitar as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, no entanto, outros locais do país chamam atenção por ser berço e morada de diferentes gerações de artistas, como é o caso da região do Grande ABC, que sempre foi reconhecida por ser um importante polo industrial e um grande centro financeiro, obtendo alto índice de imigração o que gerou intensa pluralidade cultural.

Vários aspectos legitimam olhar o ABC como um núcleo intelectual e artístico, a coexistência de diversas culturas, advindas deste processo de imigração, resultou por exemplo, no final da década de 70, nos movimentos de contracultura que se consolidavam como frente cultural; Engajada pelas causas sociais o movimento punk ganhava força como um afronte ao stablishment na música e nas artes plásticas; Recentemente o rap e o hip-hop são grandes expoentes da região e mobilizam multidões.

A região que é formada por 7 cidades (Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra), respira e transpira ações independentes, discussões politicas, culturais e sócio econômicas, o que que atrai olhares e questionamentos recorrentes, tanto por parte de pesquisadores e imprensa, como pessoas que nutrem algum tipo de interesse no tema, entre elas, os criativos.

Em meio a toda esta efervescência que ano a ano se intensifica, a região metropolitana se mostrou fértil e de grande potencial para criação, revelando para o mundo das artes visuais gerações de artistas, alguns já consolidados e com o nome gravado na história da arte brasileira, como é o caso do andreense Luiz Sacilotto.

Outra geração um pouco mais nova, mas igualmente consolidada, tem como expoente a também andreense Sandra Cinto, que hoje ocupa os principais museus e galerias mundo afora, com suas obras alcançando cifras de centenas de milhares de reais, e que serve de inspiração para jovens artistas da região.

Atualmente alguns artistas que vem despontando no cenário das artes visuais, e tem seus nomes atrelados as principais galerias de São Paulo, nasceram, residem ou tem seus ateliês instalados na região, entre eles: o andreense Guilherme Callegari trabalhando com a galeria paulistana Casanova e os bernardenses Bruno Kurru, trabalhando com a paulistana Zipper Galeria e Igor Vidor trabalhando com a também paulistana Galeria Leme.

Ainda corrobora essa vertente artística da Grande ABC o recente surgimento de galerias e espaços independentes que vem ganhando espaço entre as principais do país, como é o caso da OMA Galeria e dos ateliês abertos dos artistas Andrey Rossi, Daniel Melim e Giovani Caramello, que hoje já formam um circuito turístico e cultural na região.

Outro fator de relevância é o resultado da última sp-arte, maior e mais importante Festival de Artes Visuais do hemisfério sul, onde participaram as principais galerias de arte do país e do mundo e onde foi possível ver esse encontro de gerações oriundas do ABC, bastava visitar a Casa Triangulo, Choque Cultural, Galeria Adelina, Galeria Leme e a própria OMA Galeria para reconhecer a importância da região no cenário da arte contemporânea.

Há de se olhar ainda mais atentamente a este importante polo de efervescência cultural para dimensionar em que medida estamos tratando ainda de uma pedra bruta.

Disponíveis para entrevista: Thomaz Pacheco, Andrey Rossi, Bruno Novaes, Daniel Melim, Giovani Caramello, Nario Barbosa e Thiago Toes, todos da região do grande ABC.

Imagem de Divulgação I:

Artista: Sandra Cinto

Título: Sem título da serie "Acaso e necessidade"

Dimensões: 750 x 300 cm

Técnica: Acrílica e caneta permanente sobre tela

Imagem de Divulgação II:

Artista: Daniel Melim

Título: Ser

Dimensões: 700 x 250 cm

Técnica: Acrílica, latex e spray sobre tela

Imagem de Divulgação III:

Artista: Luiz Sacilotto

Técnica: Serigrafia sobre papel algodão.

SOBRE A OMA GALERIA

A OMA | Galeria é o primeiro espaço privado de artes visuais do ABC. Localizada em São Bernardo do Campo, a galeria está sob os cuidados do galerista Thomaz Pacheco. Em seus 4 anos, o espaço tornou-se referência na região e destaca-se no circuito das artes por seus projetos culturais, como encontros, workshops e debates (promovidos pelo OMA| Educação, OMA | Cultural), e por seu quadro de artistas representados (Andrey Rossi, Bruno Novaes, Daniel Melim, Elen Braga, Giovani Caramello, Nario Barbosa, RIEN e Thiago Toes) que participam de diversas atividades dentro e fora do país.