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Documentário sobre Leila Diniz abre o 54ª Festival de Brasília
25/11/2021 20:08 em Brasil
Documentário sobre Leila Diniz abre o 54ª Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
JÁ QUE NINGUÉM ME TIRA PARA DANÇAR, dirigido por Ana Maria Magalhães, será exibido virtualmente no dia 07 de dezembro
54ª Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
Realizado pela diretora e atriz Ana Maria Magalhães, que foi amiga de Leila, JÁ QUE NINGUÉM ME TIRA PARA DANÇAR é o registro de um período e mostra imagens de filmes, fotos e cenas ficcionais vividos pela atriz Leila Diniz, revelando seu modo libertário de ser e agir numa época que inspirou avanços culturais e comportamentais no mundo inteiro. A famosa entrevista de Leila ao Pasquim, em 1969, despertou indignação dos militares e o desprezo das feministas que achavam-na apenas vulgar.
Autêntica e espontânea, Leila Diniz foi porta-voz de uma geração censurada. Conquistou corações e mentes sob o signo do amor e ao mesmo tempo gerou hostilidade dos defensores da moral e dos bons costumes, principalmente após posar de biquíni para uma revista, aos oito meses de gravidez. Leila falava abertamente sobre tudo, incluindo sua sexualidade. Como as rebeldes Janis Joplin e Amy Winehouse, Leila Diniz morreu aos 27 anos, em um acidente de avião na Índia, quando voltava de um festival de cinema na Austrália, onde recebeu o prêmio de melhor atriz.
JÁ QUE NINGUÉM ME TIRA PARA DANÇAR tem coprodução do Metrópoles e apoio do Instituto Itaú Cultural.
Sinopse
Remasterizado a partir de sua versão original e inédita, o documentário é o registro de uma época e, acima de tudo, faz um resgate da participação na cultura brasileira da revolucionária atriz Leila Diniz (1945-1972), cinquenta anos após o seu desaparecimento.
Ana Maria Magalhães
Nasceu no Rio de Janeiro em 1950. Trabalhou como atriz em mais de 25 filmes, entre eles Como Era Gostoso o Meu Francês (1970), de Nelson Pereira dos Santos, Lucio Flávio, Passageiro da Agonia, de Hector Bavenco, Os Sete Gatinhos, de Neville D’Almeida, O Estranho Caso de Angélica, de Manoel de Oliveira e A Idade da Terra (1980), de Glauber Rocha. Depois de participações na televisão, passou à direção, com os curtas Assaltaram a Gramática (1984), Spray Jet (1985), O Bebê (1987), Mangueira Amanhã (1992) e um segmento do filme Erotique (1994), além dos longas Lara (2002), Reidy, a Construção da Utopia (2009) e Mangueira em 2 Tempos (2020).
Depoimento da diretora | Ana Maria Magalhães
"Dez anos após o desaparecimento de Leila fui convidada a dirigir um documentário sobre ela, a minha melhor amiga. Relutei porque não tinha o distanciamento necessário. Por outro lado, tinha consciência da importância de transmitir o legado de Leila, sabia que seus amigos poderiam expor cada uma de suas facetas, e aceitei a missão porque eu conhecia muito bem o seu modo de pensar, agir e se relacionar. E até aqui, este é o único documentário que existe sobre ela.
Os depoimentos foram colhidos quando a lembrança de Leila ainda estava fresca na memória dos diretores de cinema, atores, jornalistas e familiares. Entretanto, assim que iniciamos as filmagens o Centro Cultural Cândido Mendes, que idealizou o projeto para ser exibido na Mostra "Leila Diniz - Dez anos depois", desistiu de produzi-lo porque o seu plano de investimento não funcionou como esperava. Havia apenas um investidor: a atriz Sonia Braga.
Mas as filmagens iam bem e eu decidi produzi-lo com meus próprios recursos. A instituição concordou em nos repassar o saldo do valor do investimento que obtivera. Contei com a ajuda de Walter Salles, que emprestou a câmera para o fotógrafo José Guerra - o Guerrinha, e de Marcelo Machado e Fernando Meirelles, que montaram o documentário em sua produtora "Olhar Eletrônico", em São Paulo.
O filme mostra o modo de ser e viver dos artistas e das jovens brasileiras nos anos 60, plenos de entusiasmo e ingenuidade. As novas gerações não sabem quem foi Leila, atriz que valorizou a verdade, a liberdade e o amor, porque acreditava que as pessoas podem realizar as suas melhores potencialidades e não as piores.
O Brasil vive hoje tamanho retrocesso em relação às liberdades femininas, que as mulheres têm saído às ruas das principais cidades para protestar. E não é um revival dos anos 60. Mas a assombrosa perspectiva do fundamentalismo evangélico dos anos 2000, com o apoio de setores do Congresso e de parte da sociedade brasileira.
Leila esteve à frente das mudanças sociais do seu tempo e a preservação de sua memória e divulgação de seu pensamento e ações são fundamentais para a manutenção dos avanços que fizemos graças a ela, uma atriz de cinema".
Coordenação de Restauro | Fábio Fraccarolli
Ao tempo em que trabalhou na principal instituição oficial brasileira de preservação de filmes, a Cinemateca Brasileira, ele viu o documentário e procurou a diretora Ana Maria Magalhães para conversar sobre o que poderia ser feito.
Fabio restaurou filmes como O Bandido da Luz Vermelha, Os trabalhos de Mauricio de Sousa; Deus e o Diabo na Terra do Sol, Terra em Transe e A Idade da Terra .
JÁ QUE NINGUÉM ME TIRA PARA DANÇAR
Depoimentos: Albino Pinheiro * Betty Faria * Carlos Leite* Chico Nelson * Claudio Marzo * Domingos de Oliveira * Eli Diniz * Hugo Carvana * José Carlos De Oliveira * Luciana De Moraes * Luiz Carlos Lacerda * Luiz Eduardo Prado * Marcelo Cerqueira * Marieta Severo * Maria Gladys * Martha Alencar * Nelson Sargento * Nelson Pereira dos Santos * Paulo Cezar Saraceni * Paulo José * Tarso De Castro.
Elenco: Lídia Brondi, Louise Cardoso e Ligia Diniz como LEILA
Participação Especial: Nina de Pádua, Antonio Pitanga * Lita Cerqueira * Neném * Cristina Aché * Beatriz Moura Costa * Pardal * Juanita Dias Costa * Gilda Guilhon * Daniela * Luiz Sergio Lima e Silva
Locução depoimento Chico Nelson: Hugo Carvana
Equipe da Remasterização | 2021
Roteiro, Produção e Direção: Ana Maria Magalhães
Produtor Associado: Lino Meireles
Restauração de Imagens de Vídeo: Fabio Fraccarolli
Direção de fotografia: Jacques Cheuiche, abc
Texto e Locução Ana Maria Magalhães
Pesquisa: Garimpo/Rita Marques e Ana Maria Magalhães
Montagem: Paula Sancier
Música: Fernando Moura
Produção de finalização Ade Muri
Edição de som e Mixagem Vânius Marques
Equipe Original | 1982
Roteiro, Produção e Direção: Ana Maria Magalhães
Fotografia e Câmera: José Guerra (In Memoriam)
Som: Jorge Saldanha
Assistente de Direção: Juanita Dias Costa
Assistente de Produção: Neném
Pesquisa: Ana Maria Magalhães/ Neném
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