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Estudantes do ensino médio recebem primeiras aulas dos plantões gratuitos do ENEM
15/09/2022 10:21 em Brasil
Aos sábados, jovens estudantes se encontram na Fundação Educandário e recebem aulas com as temáticas mais abordadas no exame

Estudantes do ensino médio já receberam as primeiras aulas de reforço de conteúdos para o ENEM, o Exame Nacional do Ensino Médio. Com 4 horas de duração e 15 minutos de intervalo, os jovens se reúnem aos sábados no Colégio Camillo de Mattos, mantido e administrado pela Fundação Educandário, para revisarem conteúdos de geometria, trigonometria, matemática, química, literatura, português, ciências, história, geografia, física etc.Entre os principais motivos dessa iniciativa está a defasagem educacional causada pelo fechamento das escolas e as tentativas de aulas online que acabou deixando muitos jovens sem contato com os estudos durante os dois últimos anos de pandemia do coronavírus. “Quando falam que perdemos dois anos, literalmente perdemos. Quem estudou em escola pública ficou bem desnorteado. O presencial me fez muita falta porque tivemos aulas online, mas foi muito vago. Em casa não tive minha mãe me apoiando porque ela está sempre trabalhando, então foi eu por eu mesma. Agora tenho somente o terceiro ano para revisar tudo e aprender o que não aprendi durante a pandemia, para conseguir uma boa nota nos exames. Fazer esse curso está me ajudando muito, estou vendo uma diferença nas aulas da escola, me desenvolvendo melhor”, relata a estudante do terceiro ano de escola pública, Thaís de Oliveira Morais.Mesmo com o suporte mais estruturado em escolas particulares, teve quem sentiu falta do ensino presencial e encontrou nos plantões uma forma de reforçar o aprendizado. Para a estudante do terceiro ano Íris Sanches Viana, a forma dinâmica dos professores ajuda a absorver o conteúdo. “Eu estava desesperada, sem nenhum norte, por onde começar a estudar, mas quando abriram as vagas eu me acalmei e consegui seguir em frente. Eu tento reforçar em casa porque é sempre bom para memorizar melhor o conteúdo, além de estudar nos fins de semana”, comenta.

Suporte de princípios e valores - Para o graduando em direito e professor voluntário Arthur Martins Fonseca Valença, contribuir com aulas de literatura é uma forma de retribuir os privilégios que teve na educação e uma obrigação de dar suporte a quem não teve oportunidades parecidas com as suas no caminho acadêmico.“Sempre gostei muito de dar aulas, quando fui fazer vestibular eu paguei a minha inscrição da Fuvest dando aulas particulares e, mesmo quando entrei na faculdade, sempre participei de cursinhos populares. Durante a pandemia, a defasagem no aprendizado ficou pior ainda, porque as aulas eram EAD, muito difícil prestar atenção, principalmente quem tinha pouco acesso à internet. Acho essencial essa noção de tentarmos equiparar essas desigualdades que temos na educação através desses ensinos públicos da melhor forma possível. Se tenho domínio de algum assunto, me sinto até na responsabilidade, na obrigação de passar para quem não teve a mesma oportunidade que eu”, explica.Com necessidade de priorizar conteúdos, Arthur separou as escolas literárias em Romantismo, Naturalismo, Realismo e Modernismo. Apesar de bem situados na matéria, o professor percebeu dificuldades e falta de afinidades para resolução de questões de vestibulares, sendo assim, deu enfoque maior na realização de exercícios.“Às vezes eles, mesmo sabendo de certos conteúdos, não conseguiam assinalar as alternativas corretas por uma questão das palavras usadas, acho que um contato maior com provas de vestibulares sanaria essa dificuldade. Dei várias dicas de quais são as principais poesias, textos e livros que eles precisam conhecer. Eu espero que na prova eles estejam bem mais familiarizados com a linguagem e com a forma que é cobrado, do que estavam antes dos plantões. Sinceramente acho muito possível eles conseguirem boas notas, bom desempenho. Acredito que depende de extraírem os conteúdos e conseguirem adequar sua forma de pensar e a sua linguagem a essas novas questões que serão apresentadas. Espero que, mesmo que não for agora, que eles mantenham expectativa otimista de que vão passar e conquistar seus sonhos”, resume.Expectativa também compartilhada pela professora Maria Cristina Destri Ferreira, professora de geometria. Focando nos temas da área, volume e planificação, ela também dará grande foco na resolução de exercícios, principalmente aqueles que já caíram nas edições anteriores do ENEM.“Como professora eu vou incentivar bastante porque acho que começa por aí. Vou passar todo meu conhecimento e vamos esperar que os jovens consigam alcançar o que eles querem. A gente sempre espera que o aluno passe. Acredito que eles já estão se preparando e os plantões são um reforço para eles continuarem os estudos, um incentivo, e a gente espera que eles passem com boas pontuações no que almejam”, reforça.

 

 

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